Flow como atitude mental
Flow é um estado de fluxo da mente que pode ser uma grande forma de encarar as atividades da vida. No flow, estamos focados e presentes, nem preocupados em excesso com o que estamos fazendo, nem ao acaso, com a atenção dispersa.
Alcançar esse momento de flow não depende somente das tarefas que nos propomos, mas também da forma como as encaramos. Esse é um segundo post sobre o estado de flow, o primeiro, fala sobre O que é FLOW?, está aqui no blog, se quiser começar por lá, as mensagens se complementam, mas volta aqui a seguir!
Levar a vida no flow
Flow é um momento quando nos vemos imersos em uma tarefa, é um nível ótimo de exigência da nossa habilidade que resulta em concentração e foco. Não há espaço para pensarmos além desse momento, a tarefa nos exige um nível de atenção ideal, que não nos causa estresse, mas também nos mantém no fluxo daquela ação. Enquanto curiosa dessa ideia, sempre achei que a tarefa era o maior facilitador para o estado de flow. Também é.
Comecei a perceber, no entanto, que essa ideia pode ser ampliada para muitas ações simples da vida. Quando algo parece sem solução, eu estabeleço alguma mudança para resolver aquela tarefa. Se estou sentada, tentando encontrar uma melhor saída para o plano de aula de segunda-feira e não está funcionando, eu levanto da cadeira, mudo o local de trabalho, imagino um personagem que vai fazer essa aula... Provoco alguma mudança na situação.
Se estou extremamente estressada e preciso dirigir, vou até o trabalho por outro caminho. O caminho conhecido me deixa em uma situação confortável e automatizar demais uma ação como dirigir com a mente estressada parece um pouco irresponsável. Mudar o caminho me obriga a desviar a atenção do que me aflinge e focar naquilo que era importante para o momento, chegar em segurança no trabalho.
Nas práticas com o corpo, os exercícios propostos favorecem o estado de fluxo da mente, especialmente quando envolvem aprendizado, como expliquei aqui. Mas vejo, ao longo do tempo, que algumas pessoas incorporam essa atitude, e estão mais abertas entrarem nesse estado. Para achar o flow é preciso abrir mão dos outros pensamentos, e se entregar àquela tarefa.
Quando nos deparamos com novas situações, ficamos desconfiados de início, afinal é desconhecido e não queremos abrir mão do controle, isso nos traz insegurança. É humano agir dessa forma. Experimentar algo pela primeira vez não é algo que adultos costumam fazer com frequência, as crianças aprendem muito diariamente, nossa janela de aprender vai diminuindo ao longo do tempo. Conforme vamos dominando os afazeres da vida, não é confortável voltar ao lugar de aprendizes, realmente desacomoda.
Eternos aprendizes
Colocar-se em situações que não controlamos, permitir ser guiados, assumir ser aprendizes, é uma grande ferramenta para alcançar o estado de fluxo. Mesmo com algo que já dominamos, podemos nos proporcionar novas formas de fazer, de encarar essas tarefas, como no exemplo do caminho para o trabalho. Assim estabelecemos um novo foco mental, mesmo para algo que fazemos todos os dias.
As práticas corporais são um ótimo lugar para encontrar e buscar o flow. Especialmente se seu trabalho não depende de tarefas que exigem do físico, apenas a ação de mudar da condição de estar sentado encontrando soluções para seu trabalho e sair, subir ou descer escadas, já vão colocar a mente numa outra frequência, ainda mais se você encarar essa tarefa dessa forma, aceitar desviar do problema um instante.
O flow portanto é um estado de fluxo mental mas também pode ser uma atitude diante das ações da vida. A gente encontra o flow mas também pode buscá-lo. Que belo exercício cotidiano, levar a vida no flow!
Antes de concluir essas ideias, quero deixar a referência: esse texto foi inspirado nesse vídeo italiano, que precisou de um pouco mais de atenção da minha parte e também da busca dos recursos do Youtube para tradução simultânea, hehe.
Nas aulas online
A partir dessa perspectiva que estruturo as aulas do Funcional FLOW. A forma como são conduzidas (aquecimento, primeira parte, parte principal, volta à calma) leva em conta uma construção de intensidade e convida gentilmente os alunos a focarem no corpo. Diariamente, eu provoco alguma mudança nos exercícios dentro dessa estrutura, para que a turma não experimente muito conforto e automação de ações, mas também não esteja em um lugar totalmente novo e estressante.
Toda semana, experimentamos a aula de sequência que conecta alguns movimentos conhecidos com outros novos, com alguma alteração de encaixe fornecendo novas possibilidades de movimentos e consequentemente trazendo nossa atenção a eles. O meu grande convite com esse projeto é para nos conectarmos às sensações do corpo, observá-las e ganhar autonomia para alterá-las sempre que preciso for.
Essas são as ferramentas que estou encontrando a partir dos exercícios físicos para proporcionar momentos de flow. Aqui você encontram opções de aulas para experimentar o jeito do Funcional FLOW de se exercitar, vamos nessa?