Como fazer coisas difíceis de forma leve
Em uma entrevista, a atleta Rebeca, quando perguntada - “O que passa na sua cabeça enquanto está se preparando para a prova?”, Rebeca diz - “Ah eu tava viajando na maionese, eu fico pensando nas receitas que quero fazer quando voltar pro Brasil, eu vejo um monte de receita e depois não faço nenhuma, mas eu vejo muitas, e eu vi uma com batata, queijo…”
Tive a sensação, acompanhando um pouco os jogos esse ano, que as atletas estão encarando algo grandioso pra si, pra sua jornada de forma mais leve. A rival Simone trouxe à tona o tema da saúde mental no passado, e tive a impressão que os corações, as falas e as ações estão mais compassivas e malemolentes. Mas pode ser também uma torcida minha, para que a vida assim seja. As coreografias eu tenho certeza, que tem um borogodó diferente do passado.
Fins que, me perguntei ao ver aquela menina tão tranquila, “viajando na maionese”: como eu lido quando vou fazer algo importante? Como eu lido quando sinto medo e ansiedade? Eu sou capaz de identificar? Se sim, a partir dessa tomada de consciência que recursos disponho? É, de certa forma, uma construção de conhecimento, um aprendizado, lidar com nossos estados emocionais, e a gente, infelizmente, não aprende na escola.
E aqui eu sinto que tem uma chave importante pra uma porta que se abre ou se fecha pra experiência de vida. A fuga de lidar com emoções complexas vai me fechando para experimentá-las, e consequentemente vai me fechando para novas experiências, ou para experiências grandiosas. Eu vejo isso refletido no corpo, os fechamentos dos ombros, os fechamentos posturais, a rigidez de algumas estruturas, tensionamentos. Como que, em alguns pontos, a energia não passa, estanca, uma trava que é concreta no corpo, mas que é também reflexo de uma falta de consciência, conhecimento mesmo emocional.
Com a educação física, eu proponho um caminho então oposto, quem sabe abrindo o corpo, destravando a rigidez, a gente alcance também abertura emocional? Também construa ferramentas, a partir do corpo, para lidar com situações difíceis? É um trabalho em conjunto, e eu torço que cada um tenha também espaço terapêutico de reflexão. Mas, ao que me cabe, eu convido para experimentar a sensação de flow no corpo, para quem sabe, experimentar a sensação de flow na vida.
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