Rituais: o antídoto secreto contra o caos dos dias
A palavra pode soar mística… ou até distante… Mas na prática? Rituais são âncoras que a gente planta dentro da rotina pra não se perder no caos.
Essa ideia está presente desde o início do meu caminho espiritual. Pra se conectar com o plano sutil, não é preciso muito — mas quanto mais intenção e presença, mais potência. (E vamos falar mais sobre isso adiante.)
O que tenho experimentado — e observado nas alunas — é que os rituais podem ser muito simples. Da última vez que abri uma janela de conversa com vocês, numa pesquisa que faço regularmente, fiquei impressionada com o número de respostas parecidas sobre o que vocês mais gostam na rotina:
Ter um espaço de calma pela manhã
Fazer exercício com gentileza logo cedo
Tomar café com intenção
Acordar o corpo com presença
Eu entendi que esse momento da manhã nutre a rotina, ancora, centra, traz sentido. Ou seja: é um ritual diário. E eu sinto igual. Que coisa mais deliciosa minhas manhãs… Eu amo toda a preparação, o processo de ancorar a aula, e as aulas em si. Isso me dá um gás que dura até perto das 14h — quando aí, sim, preciso levantar e esticar as pernas.
Um ritual pode ser elaborado: Vela, incenso, flor na xícara, mantra ao fundo… Ou pode ser só um decreto silencioso: “hoje eu vou sentir meu corpo.” O que transforma uma ação comum em ritual não é o cenário. É a intenção. É o significado que a gente escolhe dar. É a decisão de quem, ou para quê, estamos oferecendo aquele momento.
Desde os primórdios, rituais acompanham os ciclos humanos. Na tradição hindu, por exemplo, existe a Saudação ao Sol — uma sequência de movimentos que conecta corpo, mente e respiração para marcar o início de um novo dia. Mais que alongamento: é um convite diário ao recomeço. Uma conexão com a natureza. Com o dia que se apresenta.
Assim como a Terra tem suas próprias saudações, existem rituais de conexão e gratidão que se estendem por meses. O Yaokwa, do povo Enawenê-nawê, é um ritual amazônico que dura cerca de sete meses, marcando o período da seca e da colheita. Durante esse movimento coletivo e ancestral, homens constroem barragens e compartilham o fruto do esforço — peixe, milho, mandioca — em cantos, danças e trocas com a comunidade e com os seres do mundo espiritual. É um ato profundo de gratidão à vida que sustenta, uma reafirmação de presença verdadeira dentro dos ciclos da existência. (https://youtu.be/HIwoDa8iyxk?si=FncuYMF4sk6ZsF05)
Esses rituais — sejam os ancestrais ou os que a gente cria na vida moderna — têm em comum o convite à presença. Não tem ritual sem firmeza de pensamento. E quando falo em firmeza, não é rigidez. É conexão com o momento. Atenção plena ao que se faz e ao que se intenciona. Seja qual for o tamanho… É a presença que traz saúde, bem-estar, resultado.
Uma das minhas mestras espirituais disse, certa vez, em uma roda: “aqui não tem medo. Aqui não tem mais crianças. Só adultos. E adultos têm firmeza e fé. Não dão espaço pro medo.” Ali ela trazia a gente pra responsabilidade… A responsabilidade de conduzir a própria vida.
Nossa cabeça tá cheia de coisas. Nosso coração carrega dores antigas. Mas são nossas escolhas — todos os dias — que vão impulsionar ou pesar a nossa rotina.
Eu vejo isso todos os dias com quem chega nas aulas das 7h30 da manhã. Vejo as carinhas que chegam. E vejo as carinhas que saem. Elas escolhem estar ali. E desfrutam não só daquele momento… Mas de tudo o que esse pequeno ritual diário oferece.
Seja com movimento, com um café preparado com atenção… Ou com um simples olhar pro céu. Ancorar o dia com um ritual transforma o resto das horas que vêm depois.
Não é ter tempo. É ter um marco. Um lembrete de que você está viva. E presente.
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Eu espero que com essas histórias a gente possa desconstruir as crenças de rigidez e acessar uma rotina e uma vida mais leve, no flow. Vou adorar te guiar na mobilização dos quadris e do corpo todo, porque afinal está tudo conectado.
Te espero no tapetinho.
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